domingo, 29 de novembro de 2009

ATO III - CENA I - Solilóquio de Hamlet

Ser ou não ser - eis a questão.
Será mais nobre sofrer na alma
Pedradas e flechadas do destino feroz
Ou pegar em armas contra o mar de angústias –
E combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir;
Só isso. E com o sono – dizem – extinguir
Dores do coração e as mil mazelas naturais
A que a carne é sujeita; eis uma consumação
Ardentemente desejável. Morrer – dormir –
Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!
Os sonhos que hão de vir no sono da morte
Quando tivermos escapado ao tumulto vital
Nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão
Que dá à desventura uma vida tão longa.
Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo,
A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso,
As pontadas do amor humilhado, as delongas da lei,
A prepotência do mando, e o achincalhe
Que o mérito paciente recebe dos inúteis,
Podendo, ele próprio, encontrar seu repouso
Com um simples punhal? Quem aguentaria os fardos,
Gemendo e suando numa vida servil,
Senão, porque o terror de alguma coisa após a morte –
O país não descoberto, de cujos confins
Jamais voltou nenhum viajante – nos confunde a vontade,
Nos faz preferir e suportar os males que já temos,
A fugirmos pra outros que desconhecemos?

Medo (Isaías do Maranhão)

A LUTA AINDA NÃO COMEÇOU.

Ela se esconde na carne-humana,
comida na história.

Sou um cigarro de crime,
tragando a vida na boca
de tua consequência.

Oh! América, cofo de câncer.
Não estou morto em ti, passei pela
morte quando provei a verdade.

IRMÃOS. Trago na boca
a nata amarga do silêncio
coalescente à língua entre dentes
quebrados no denunciar.

Usina do crime (Isaías do Maranhão)

HOJE A MORTE ME VISITOU.

Arranquei da boca um xeque-mate
de palavras e baralhei os gritos
no afiado dos dentes.
Amarraram minhas mãos na mão da morte,
não neguei a hora, o derradeiro minuto
dormiu comigo.

Menino acorrentado, torno-me combatente.
Espio nas madrugadas geladas os rastros
dos inimigos e não dormirei um segundo
à morte de meu povo.

O crime era usinado, na mesa e no livro
da palavra. Minha boca ferida sonhava,
um dente de meu irmão embrulhado
na língua, caía em minha cela.
No corredor, um corpo era arrastado
por homens encapuzados.

Os fuzis pariam guerra, meu povo
a bebia como chaga na face encarcerada.

Meia-noite. Nas celas, os chicotes
cortavam palavras.

Do outro lado da vida, o povo
sentava-se à mesa servida a crime,
corrupção, medo e terror. E as promessas
dos deuses geravam folhas de primavera
queimada.

E neste cemitério de vivos,
foi proibido o canto, a palavra
e o sonho. E no inferno da USINA,
eu bebia torturas e a dor de minha
gente.

NO ACREDITAR, QUE UM DIA O POVO
VENCERÁ A MORTE.

O caixão dos chacais (Isaías do Maranhão)

Não tenho tambores
na marcha
GRITO.

Meus dentes já não guardam
mais a língua amarrada
CANTO.

O SOL já beijou
a LUZ e se deitou.
LEVANTO.

Vejo na cidade tochas
de fogos penduradas
em ferro e concreto,
GRITO.

E antes do SOL se acordar
à sombra do dia, é vendida
e comprada a noite,
CANTO.

E em procura dos CHACAIS,
me torno PUNHAIS
E
- MARCHO

Charles Bukowski - Cão

Um cão
a andar sozinho pelo passeio num quente
verão
parece ter o poder
de dez mil deuses.

Por quê?

sábado, 28 de novembro de 2009

Jack Kerouac

"Let's commit suicide together."

Multitasking means multistucking

Multitasking means multistucking.


Multitasking



Multitasking


 
Multitasking



Multistucking



Multistucking