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quarta-feira, 3 de março de 2010

As Dores do Dia (Isaías do Maranhão)

A tarde traz na face
as dores do amanhã
na cinza do projeto.

Vou
ao trabalho das nuvens
e trago os cântaros
da LUA.

De
que adianta a cabeça
racional, se os olhos

MOLHAM AS FACES
- DE LÁGRIMAS.

 
Auerbach - Head of JYM

terça-feira, 2 de março de 2010

Negros - Braços de Ouro (Isaías do Maranhão)

Meu corpo
é noite nos teus olhos
SUBTERRÂNEOS.

Tua boca retalha
meu corpo,
como chicote
tirando filé na carne
DE SENZALA.

Um braço negro,
- um canavial.


Dois braços
negros,
- o ouro da tua coroa...

dois mil braços
negros,
amarrados e esquartejados
NA SOMA DE MÁQUINAS
DUM BRASIL

- BARALHO.
 Misha Gordin - Crowd 16

domingo, 29 de novembro de 2009

Medo (Isaías do Maranhão)

A LUTA AINDA NÃO COMEÇOU.

Ela se esconde na carne-humana,
comida na história.

Sou um cigarro de crime,
tragando a vida na boca
de tua consequência.

Oh! América, cofo de câncer.
Não estou morto em ti, passei pela
morte quando provei a verdade.

IRMÃOS. Trago na boca
a nata amarga do silêncio
coalescente à língua entre dentes
quebrados no denunciar.

Usina do crime (Isaías do Maranhão)

HOJE A MORTE ME VISITOU.

Arranquei da boca um xeque-mate
de palavras e baralhei os gritos
no afiado dos dentes.
Amarraram minhas mãos na mão da morte,
não neguei a hora, o derradeiro minuto
dormiu comigo.

Menino acorrentado, torno-me combatente.
Espio nas madrugadas geladas os rastros
dos inimigos e não dormirei um segundo
à morte de meu povo.

O crime era usinado, na mesa e no livro
da palavra. Minha boca ferida sonhava,
um dente de meu irmão embrulhado
na língua, caía em minha cela.
No corredor, um corpo era arrastado
por homens encapuzados.

Os fuzis pariam guerra, meu povo
a bebia como chaga na face encarcerada.

Meia-noite. Nas celas, os chicotes
cortavam palavras.

Do outro lado da vida, o povo
sentava-se à mesa servida a crime,
corrupção, medo e terror. E as promessas
dos deuses geravam folhas de primavera
queimada.

E neste cemitério de vivos,
foi proibido o canto, a palavra
e o sonho. E no inferno da USINA,
eu bebia torturas e a dor de minha
gente.

NO ACREDITAR, QUE UM DIA O POVO
VENCERÁ A MORTE.

O caixão dos chacais (Isaías do Maranhão)

Não tenho tambores
na marcha
GRITO.

Meus dentes já não guardam
mais a língua amarrada
CANTO.

O SOL já beijou
a LUZ e se deitou.
LEVANTO.

Vejo na cidade tochas
de fogos penduradas
em ferro e concreto,
GRITO.

E antes do SOL se acordar
à sombra do dia, é vendida
e comprada a noite,
CANTO.

E em procura dos CHACAIS,
me torno PUNHAIS
E
- MARCHO

sábado, 19 de setembro de 2009

Segredo Quebrado (Isaías do Maranhão)

A poesia afogada
no espaço corta a fala
da faca.

A mão ferida da luta
semeia sonhos em pesadelos.

HÁ DENTRO DE MIM
UMA SAGA DE MISTÉRIOS.

Um grito
quebra o segredo
do projeto.

Meia-noite, o medo
tritura a vida de quem
dormiu e não sonhou
com bandeiras içadas
na sarjeta,

- De náufragos deuses
Que trabalham sem auras.

Ofídios do Fogo (Isaías do Maranhão)

JÁ NÃO SABEMOS
QUANDO AS HORAS ESTÃO CERTAS.

E a mão que se arma perante
o corpo é o olho de uma cabeça
sem CÉREBRO.

Se as mãos que distribuem
ARMAS fizessem POESIA
não haveria o último

TIRO.

Vida-natureza (Isaías do Maranhão)

FLOR!

SEXO SAGRADO DA NATUREZA,
QUE O "HOMEM"

- ESTUPROU.
"Amaldiçoadas sejam as mãos que levantaram as chibatas no esticar do arame."
Isaías do Maranhão

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Apresentando o grande escritor Isaías do Maranhão

Poeta maranhense que eu admiro muito. A temática de Isaías do Maranhão aborda a poesia da miséria da condição humana.
Não está presente no Google!! Confirme o que eu digo, há apenas registros de anúncios para venda  dos seus livros em sebos virtuais. Seus livros publicados incluem:
  • Setembro da Poesia, em que assinou utilizando seu nome de batismo, Isaías Alves Ferreira - 1980
  • 200 kg de Miséria - 1983
  • Navalha do Futuro - 1984
  • As Estrelas não Dormem - 1987
  • Odisséia da Expiação - 1995
Irei apresentar a poesia contida no seu segundo livro, 200 KG DE MISÉRIA, pois há autorização expressa do autor para isso.
A seguir suas próprias palavras sobre o livro:
"200 kg de Miséria é uma história de amor, ódio, justiça e liberdade. É uma fogueira em que cada letra é uma acha de lenha cuspindo brasas na cara do HOMEM. Mostra o sinistro cogumelo de uma bomba-humana em explosão. É uma advertência de tanto dinheiro depositado em nossa morte atômica-mundial.
É uma expedição embrulhada em minhas reminiscências, prosseguindo em cada verso obsessões apocalípticas nos TRATADOS DO SER E DO NADA DA HUMANIDADE MIRADA NA TECNOLOGIA DOS TEMPOS À DESTRUIÇÃO TOTAL. 200 kg de Miséria tem em cada página uma bala ativada na carne da sociedade, a mesma que cuspiu fome na barriga de meu POVO. É uma romaria de gritos baralhados em minha língua e afiados nos meus dentes, fecundados em 10 Estados do BRASIL-PUTECO." 

"O futuro é uma navalha aberta."