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sábado, 27 de março de 2010

Zerotonina

Pavor

New Dawn Fades

Plantar o meu jardim ao invés de esperar que alguém me mande flores.

Alprazolam, oxalato de escitalopram... ETC

"There's nothing worse than too late."

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sobre as interligações entre Mitologia Grega, Farmacologia, Homeopatia e Taxonomia de serpentes

Na mitologia grega, as moiras (em grego antigo Μοῖραι) eram três irmãs que detinham o ofício de controlar o destino das pessoas.
 Sir Edward Burne-Jones - A roda da fortuna
 
Durante o trabalho, as moiras faziam uso da Roda da Fortuna, tear utilizado para tecer os fios que demonstra o arquétipo da fatalidade da morte. As voltas da roda posicionavam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada (o topo) ou em sua parte menos desejável (o fundo), explicando-se assim os períodos de boa ou má sorte de todos.
Na Ilíada, representava uma lei que pairava sobre deuses e homens, pois nem Zeus estava autorizado a transgredi-la sem interferir na harmonia cósmica. Na Odisséia, aparecem as fiandeiras.
Giovanni Boccaccio - A roda da fortuna

Os poetas da antiguidade descreviam as moiras como mulheres de aspecto sinistro, de grandes dentes e longas unhas. Nas artes plásticas, ao contrário, aparecem representadas como lindas donzelas. As Moiras eram:

    * Cloto (Κλωθώ; klothó) em grego significa "fiar", segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilítia, Ártemis e Hécata, Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.
    * Láquesis (Λάχεσις; láchesis) grego significa "sortear" puxava e enrolava o fio tecido, Láquesis atuava junto com Tyche, Pluto, Moros e outros, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
    * Átropos (Ἄτροπος; átropos) em grego significa "afastar", ela cortava o fio da vida, Átropos juntamente a Tânatos, Queres e Moros, determinava o fim da vida.
Alfred Agache - Alegoria da Fortuna (1885)

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Nos aspectos etimológicos, Láquesis origina o gênero de serpentes Lachesis sp., representada no Brasil pela surucucu, maior cobra peçonhenta da América do Sul, cujo veneno apresenta atividade hemorrágica, além de provocar síndrome vagal no acidentado. Na Homeopatia, seu veneno é utilizado como medicamento para uma variedade de indicações (vide lógica mais filosófica que científica da referida linha terapêutica).

Átropos me faz lembrar de Atropa belladonna L., que na taxonomia refere-se à planta de alto grau de toxicidade, principalmente devido à presença de seus alcalóides anticolinérgicos. Mas como Paracelsus com seu célebre apontamento já observou no século XVI que "todas as substâncias são venenos e que a dose certa diferencia um veneno de um remédio", a Atropa belladonna L. naturalmente produz a atropina, substância de importância fundamental na Farmacologia, como fármaco parassimpatolítico. Este, por sua vez, ainda que seja capaz de matar em circunstâncias de superdosagem, também serve como antídoto - em suas respectivas doses terapêuticas - para intoxicações por inseticidas organofosforados (metamidofós, clorpirifós) e carbamatos (chumbinho), gases neurotóxicos (Sarin), dentre tantas outras indicações.


Cloto me faz remeter a Crotalus sp., gênero de serpente da popular cascavel, cujo veneno provoca ação neurotóxica (ptose palpebral, diplopia, fácies miastênica), miotóxica e anticoagulante.

















Entre em contato comigo caso queira reproduzir esse texto.

Versão modificada da escada analgésica da OMS

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Metabolic Pathways

Do you think you have any control over your body?
Do you think you know enough about you?
Do you dare to know how your body works?
Are you limited enough to think that the human being is just a collection of organs that work in synchronicity?
Are you sure that anabolic androgenic steroids, or antidepressive pills are all good to you?
Against pseudoscience, simplified conclusions, fallacies and deliriums of self-sufficiency.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Exame do cérebro aponta melhor droga para tratar depressão (Folha de São Paulo)


Jornalista: FERNANDA BASSETTE

14/09/2009 - Quase 50% dos pacientes em tratamento não apresentam resposta satisfatória ao primeiro medicamento prescrito.

Hoje, os médicos levam de quatro a seis semanas para identificar que determinado remédio não surtiu efeito, o que atrasa o tratamento.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia identificaram um possível biomarcador que é capaz de mostrar, depois de uma semana, se determinada droga antidepressiva apresenta resultados no paciente. Atualmente, quase 50% dos doentes não apresentam resposta satisfatória ao primeiro medicamento prescrito.
Além disso, os médicos demoram de quatro a seis semanas para identificar que determinado remédio não surtiu efeito - o que atrasa o tratamento, pois a avaliação clínica dos resultados só é realizada após esse período. Por causa disso, muitos pacientes abandonam o tratamento.
Outro fator de demora na identificação do melhor tratamento é a quantidade de drogas disponíveis. Hoje, são comercializados cerca de 30 compostos diferentes de antidepressivos, o que dificulta a escolha.
Estima-se que 17% da população adulta vá enfrentar um episódio de depressão pelo menos uma vez na vida. Encontrar um biomarcador de resposta ao tratamento é o principal objetivo dos psiquiatras.
Segundo os pesquisadores, a avaliação de qual medicamento vai funcionar em determinado paciente seria possível através da realização de um eletroencefalograma quantitativo (mapeamento da atividade cerebral) antes e depois do início do uso da medicação. Trata-se de um exame não-invasivo, realizado em cerca de 15 minutos.
Para chegar aos resultados, publicados na "Psychiatry Research", os cientistas avaliaram 375 pacientes diagnosticados com depressão. Os voluntários fizeram o eletro antes de iniciar o tratamento, para os pesquisadores avaliarem o padrão das ondas cerebrais, e repetiram o exame uma semana depois.
No segundo exame, os pesquisadores observaram mudanças nos padrões das ondas cerebrais em comparação com o eletro de base e identificaram um biomarcador chamado de índice de resposta ao tratamento antidepressivo (ATR).
Depois de 49 dias, os cientistas perceberam que podiam prever se os voluntários estavam mais propensos a responder a um antidepressivo diferente, pois encontraram 74% de exatidão nas previsões.
"Os resultados são um marco em nossos esforços para desenvolver biomarcadores clinicamente úteis", disse Andrew Leuchter, autor do estudo.
Para o psiquiatra Ricardo Moreno, coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria da USP, os resultados são interessantes, mas ainda precisam ser replicados em outros centros.
"Encontrar biomarcadores de resposta é o sonho de todos os centros de pesquisa do mundo. Se esses resultados forem comprovados, trarão um benefício muito grande para os pacientes", avalia Moreno.
A mesma opinião tem o psiquiatra Marco Antônio Brasil, do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Psiquiatria. "O tempo de espera para saber se um remédio está fazendo efeito é muito grande e desgastante para o paciente. No futuro, esse recurso poderá ser uma boa alternativa", diz.
Brasil, no entanto, faz uma ponderação. Para ele, mesmo que outros estudos internacionais comprovem a eficácia do método, será difícil realizar esse tipo de exame em toda a população com depressão.
"Falando em saúde pública, o eletro é um exame que custa caro para ser feito e repetido em uma semana. Acho que ele será uma boa alternativa para aqueles pacientes que já tentaram de tudo e continuam com a depressão persistente", avalia.
O psiquiatra Marcos Pacheco Ferraz, professor da Unifesp, diz que os resultados estão longe de serem aplicados na prática clínica porque da forma como foram apresentados, em 26% dos casos, não é possível indicar o melhor medicamento com exatidão. "Não ter resultado eficaz em um quarto dos casos é um problema. Além disso, acho impossível fazer o exame em todos os doentes", diz.