quinta-feira, 25 de março de 2010

Edge (Sylvia Plath)


Edge

The woman is perfected.
Her dead
Body wears the smile of accomplishment,
The illusion of a Greek necessity
Flows in the scrolls of her toga,
Her bare
Feet seem to be saying:
We have come so far, it is over.
Each dead child coiled, a white serpent,
One at each little
Pitcher of milk, now empty.
She has folded
Them back into her body as petals
Of a rose close when the garden
Stiffens and odors bleed
From the sweet, deep throats of the night flower.
The moon has nothing to be sad about,
Staring from her hood of bone.
She is used to this sort of thing.
Her blacks crackle and drag.

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Limite 

A mulher está perfeita.
Seu corpo
Morto enverga o sorriso de completude,
A ilusão de necessidade
Grega voga pelos veios da sua toga,
Seus pés
Nus parecem dizer:
Já caminhamos tanto, acabou.
Cada criança morta, enrodilhada, cobra branca,
Uma para cada pequena
Tigela de leite vazia.
Ela recolheu-as todas
Em seu corpo, como pétalas
Da rosa que se encerra, quando o jardim
Enrija e aromas sangram
Da fenda doce, funda, da flor noturna.
A lua não tem porque estar triste
Espectadora de touca
De osso; ela está acostumada.
Suas crateras trincam, fissura.
translated by Luiz Carlos de Brito Rezende
(in FOLHETIM Poemas Traduzidos, Ed. Folha de S. Paulo, Brazil, 1987, p. 65)

Poema escrito 10 dias antes do seu suicídio.

Leia mais:


Em busca da identidade perdida de Sylvia Plath em Ariel, por Ruan Nunes.
Morrer é uma arte? Sylvia Plath e os suicídios do autor, por Lilia Loman.
Limites da sublimação na criação literária, por Ana Cecília Carvalho.

4 comentários:

  1. sublime, poesia linda, trilha maravilhosa. nice work xD

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  2. denso.
    cortante.

    gostei do blog, da proposta. muito conteúdo.
    adicionado e recomendado.

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  3. Esse video e essa poesia me fizeram pensar e "viajar" nos sentimentos dessa mulher, o que passara nesses momentos da escrita e o porvir.

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